A China finalizou a construção do que é considerado o primeiro underwater data center (UDC) totalmente alimentado por energia eólica, localizado na Lin-gang Special Area em Xangai, um grande marco na infraestrutura de computação verde. O projeto, com investimento de aproximadamente 1,6 bilhão de yuans (cerca de 226 milhões de dólares), tem capacidade total de 24 megawatts e integra energias renováveis offshore para impulsionar a operação sustentável do centro.
Diferente dos data centers convencionais que consomem grandes quantidades de energia para os sistemas de refrigeração, este centro subaquático usa a água do mar como meio natural de resfriamento, reduzindo o consumo energético relacionado ao resfriamento para menos de 10%, contra os 40 a 50% comuns em instalações terrestres. Esse sistema utiliza mais de 95% de eletricidade limpa proveniente de parques eólicos offshore, eliminando totalmente o uso de água doce e reduzindo o uso de terra em mais de 90%.
O projeto representa um avanço significativo na eficácia energética, com o centro alcançando um índice power usage effectiveness (PUE) inferior a 1,15, superando a meta nacional chinesa de 1,25 para 2025, o que o posiciona entre as instalações de data center mais eficientes do mundo. O PUE indica a proporção de energia consumida pelo centro em relação ao total gasto em funções não relacionadas ao processamento direto, sendo valores menores indicadores de maior eficiência.
A instalação funciona como uma demonstração de integração entre a expansão da capacidade computacional e o uso de fontes renováveis, alinhada à estratégia local de consumo de energia eólica offshore. O governo de Xangai projeta investimento adicional de mais de 200 bilhões de yuans (aproximadamente 28 bilhões de dólares) até 2027 em computação inteligente.
Esta iniciativa pioneira da China é vista como um modelo global para o futuro da computação sustentável, combinando inovação tecnológica com respeito ambiental ao alavancar as condições naturais do oceano para suportar demandas crescentes de processamento de dados energéticos, especialmente para aplicações de inteligência artificial e big data.
O projeto também segue a linha de experimentos internacionais, como o Project Natick da Microsoft, que testou data centers subaquáticos em locais offshore para avaliar confiabilidade e sustentabilidade, reforçando a viabilidade dessa tecnologia no cenário mundial.
Com essa inauguração, a China continua a liderar a corrida em soluções verdes para data centers, oferecendo alternativas para combater o alto consumo de recursos das infraestruturas convencionais e promovendo a inovação em computação ambientalmente sustentável.



